10/03/2011 — 11h26

Cuidado para não fazer mau negócio ao financiar veículo   

Se você pretende comprar um carro ou moto por meio de financiamento, deve ficar atento a uma questão importante: a depreciação do bem ao longo dos anos em que as parcelas estão sendo pagas. Isto porque, em alguns casos, principalmente se você decidir vender o carro antes de quitar o financiamento, pode acabar fazendo um mau negócio.

“Não é difícil encontrar casos em que o cliente paga por dois, três anos pelo veículo e, mesmo assim, ainda deve mais do que o veículo vale naquele momento”, afirma o responsável pelo site Automóveldicas, Nelson Cunha Bastos. Ou seja, mesmo se vendesse o automóvel e recebesse o pagamento à vista, não seria possível quitar o valor total da dívida restante.

Para Bastos, um dos maiores problemas é que o consumidor não costuma fazer as contas do valor total do financiamento. “O brasileiro geralmente não olha para o preço total que será pago por aquele veículo e sim se a prestação cabe no seu bolso”, afirma.

O especialista lembra que, mesmo que os juros não sejam tão altos, no final de um prazo elevado de financiamento, como 60 ou 72 meses, o cliente geralmente paga o dobro do valor daquele carro ou moto. “Esse é o cenário do mercado de vendas de automóveis no Brasil”, diz.

Nos sites de compra e venda de carros na internet não faltam exemplos. Em um deles, um cliente oferece um Honda Civic ano 2008, que pela tabela Fipe vale R$ 49.700 à vista, por R$ 20 mil de entrada mais 31 parcelas de R$ 1.650. Mas as parcelas que já foram pagas por ele somam R$ 48 mil até o momento. Ou seja, em pouco mais de dois anos, a “depreciação” do carro atingiu R$ 18 mil ou cerca de 35%.

Segundo Bastos, no caso de o consumidor não ter o valor à vista para a compra do veículo, a estratégia de optar por um financiamento é válida. Mas é importante que a intenção seja permanecer com o bem até o término do financiamento; caso contrário, o prejuízo pode ser grande.

“Se o comprador ficar desempregado, tiver algum problema familiar ou mesmo com o próprio carro que o leve a se desfazer do bem, não tem jeito, ele vai perder dinheiro”, afirma o especialista.

Depreciação

Todo veículo sofre uma depreciação natural logo que sai da concessionária. De acordo com Bastos, no primeiro ano, o carro perde, em média, 15% do valor. Nos próximos anos, a depreciação continua, embora em menor escala, por volta de 5% ao ano.

Segundo ele, existem algumas dicas para evitar que essa depreciação seja maior. Entre elas, estão realizar o plano de manutenção nas revendas, de acordo com o manual do proprietário, e não colocar itens como ar condicionado e direção hidráulica à parte, após a compra do veículo. “O carro já vem preparado para esses acessórios e a compra separada pode danificar algumas peças e comprometer o funcionamento do automóvel”, afirma.

Além disso, se optar por comprar acessórios como rodas e som, o cliente deve estar ciente de que, na hora de vender o veículo, não vai conseguir o valor pago de volta. “O preço pago por estes acessórios quase nunca é repassado na hora da venda do carro”, afirma. (Fonte: InfoMoney)