Chrysler 300 M

Tenho mais interesse em comprar um Chrysler 300M usado do que uma caminhonete Laredo também usada.

Embora tendo um carro Chrysler não estou tão confiante em permanercer nessa Marca.

O que os Senhores poderiam me informar a respeito dessa Marca e sobre os citados carros.

Francisco Eduardo da Costa

Prezado Francisco,

Verificamos que hoje você já é um usuário da Marca e com certeza sabe o que representa os carros Chrysler. São excelentes veículos, mas os números de vendas locais, fazem com que o importador tome algumas medidas.

De janeiro a outubro de 2001 foram negociados apenas 58 modelos do 300M. Infelizmente o carro é um excelente produto, mas não caiu muito no gosto do brasileiro. Tipicamente é um carro dos padrões americanos e quando foi lançado, ainda teve seu tamanho diminuído pelo fato do modelo também ser comercializado na Europa e não cabia nas garagens dos Clientes Europeus. É evidente que este raciocício também se aplica ao Brasil, mas como as vendas locais são pequenas, não fazemos parte das estratégias de lançamentos dos carros de luxo, dos grandes fabricantes. O mesmo deixa de ser importado.

No mesmo período a Chrysler vendeu apenas 155 unidades do Stratus e neste sentido também resolveu discontinuar a importação do modelo. Você poderia já ir pensando na venda do seu carro, pois esta situação pode gerar uma maior desvalorização na hora da venda, apesar que seu outro veículo (Omega Suprema) é bem mais antigo, também já foi descontinuado, mas deve valer bem menos em termos financeiros.

Outros dois modelos que a Chyrsler deixa de importar, são os Jeep Wrangler e o Dodge Neon. Os dois venderam até outubro de 2001, 20 unidades do Jeep e 111 do Dodge Neon. Considerar que o modelo Neon complete com Civic e Corolla, o modelo da Honda vendeu mais de 17.000 unidades superando o campeão de vendas em seu segmento, GM Vectra. Toyota Corolla não é aquele sucesso absoluto de vendas, mas imaginar que é o carro mais vendido no mundo, em todos os tempos, os japoneses estão bastante satisfeitos com os resultados.

Agora você deve estar perguntando o que será da Marca no Brasil. O grande problema da estratégia adotada é que a importação estava bem focada em carros com alto valor e com a alta do dolar os modelos passaram a perder a competitividade. O mesmo não ocorreu com aquelas marcas já tradicionais (Audi, BMW, Mercedes Benz, Jaguar) que apesar de venderem, também veículos de alto luxo, não foram tão afetadas.

A marca deve continuar vendendo seus modelos de SUV (Sport Uyility Vehicle) tais como Jeep Cherokee nas versões Limited e Laredo e também as grandes Vans, representada pela família Caravan e Grand Caravan. Ainda neste ano deve chegar um novo modelo para substituir o Cherokee Sport. Nos EUA o modelo tem o nome de Jeep Liberty, mas aqui deve ter o mesmo nome do modelo anterior (Cherokee Sport).

A fabricação (montagem) local da picape Dakota não decolou, culminando com o fechamento da fábrica de São José dos Pinhais e o Grupo (DaimlerChrysler) ainda vive o problema da fábrica da Mercedes em Juiz de Fora. Esta unidade foi projetada para produzir 70.000 unidades do pequeno Classe A e no ano de 2001 foram fabricados apenas 10.000.

Atualmente utiliza-se esta ociosidade fabril para montar em regime CKD os carros Mercedes Benz Série C, mas são destinados apenas ao mercado internacional.

Existem alternativas de fabricação de um outro modelo no País, mas a grande questão é saber qual seria o veículo. Especula-se sobre um modelo Atos da Hyundai (pois o Grupo é acionista também na Empresa asiática). Não seria um boa estratégia para o grupo vender um carro do tipo Atos.

Considerou-se um modelo pequeno da Mitsubishi (o grupo também tem investimentos nos japoneses) mas estes já estão fechados com o grupo Brabus que atualmente já monta o esportivo L200 e pretende fazer o Pajero IO na fábrica de Catalão em Goiás.

Um automóvel pequeno, do tipo carro japones (carros bem pequenos) também faz parte dos planos dos executivos da Brabus.

Sobram poucas as alternativas para o importador (fabricante também) que reconhece que num mercado como o nosso, a dependência da importação é fator de insucesso nos negócios.

Vender carros ou fabricá-los é um quebra cabeça e num país onde 80% dos novos carros são fabricados com motorização 1.0, os mais afetados são aqueles que em seu portifólio de produtos não possuem um boa oferta e também são afetados no segmento de carros de luxo.

Veja o exemplo do PT Cruiser. Nos EUA é sucesso de vendas, existe ágio e fila de espera pelo modelo e em nosso mercado não existem compradores para um carro considerado “fuja do rebanho” por apenas R$85.000,00. Pela vizibilidade e exclusividade que o veículo propicia deveriam ter muitos mais modelos deste pelas ruas.

Tudo indica que a Chrysler deve estar trazendo o modelo Sebring para substituir o Stratus. O veículo é um modelo intermediário entre o Stratus e o 300M. O veículo viria com motorização 2.7 litros e custaria próximo dos US$ 37 mil.

Se você pretende comprar um Cherokee Laredo esteja atento para a questão do seguro. Infelizmente o veículo chegou a ser uma das grandes receitas de sucesso no início das importações, vendeu muito e fez com que as apólices de seguros tivessem seus valores também acrescidos. Vale uma cotação junto ao seu corretor.

Se puder escolher, pense no modelo novo, pois como você deve saber a linha Cherokee sofreu uma reestilização recente. É evidente que tudo isto tem seu preço, pois um modelo semi novo deve custar algo dos R$ 90.000,00 e os modelos antigos (ano 97 por exemplo) deve custar próximo dos R$ 45.000,00. Pensando em dolar o carro está saindo uma pechincha.

Excluindo-se estas considerações os Carros Chrysler são considerados “estado da arte” em seus segmentos. Nada pode ser falado contra determinado modelo. O que existiram foram estratégias erradas. A picape Dakota por exemplo.

Indiscutivelmente ganha de longe de Ranger, S10 ou similares. Felizmente Ford ou GM não dependem de vendas de picapes para manter o seu “market share” local. Já os americanos precisavam depreciar um grande investimento fabril, competindo num mercado bastante prejudicado com a alta do dolar, diminuindo em muito o poder de compra da maioria da população.

Prezado Francisco,

Esperamos ter atendido suas expectativas. Se ainda existirem dúvidas ou outras considerações, permanecemos a inteira disposição para esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários.

Dois pontos importantes para o nosso Projeto:

1) Gostaríamos de receber sua sincera opinião sobre a consultoria recebida.
2) Como tomou conhecimento de nossos serviços / Site ???

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Permanecemos a inteira disposição,

Atenciosamente,

Nelson LRC Bastos – site www.automoveldicas.com.br