Pergunta
Lendo a reportagem ( Artigos ) quem mais vende veículos no Brasil, gostaria de saber se aquelas informações prevalecem para outubro/2004
Sergio Ferreira
Resposta
Caro Sérgio,
Os números sumarizados de nosso mercado automotivo sempre estão um ou dois meses defasados em relação à data atual. A publicação especializada AutoData bem como outras referências mercado trazem a posição 2004, consolidada até agosto, a saber:
1) Chevrolet: 226.039 unidades emplacadas (24,54% do mercado)
2) Fiat: 218.741 unidades emplacadas (23,75%)
3) VW: 206.670 unidades emplacadas (22,44%)
4) Ford: 101.009 unidades emplacadas (10,97%)
5) Renault: 35.046 unidades emplacadas (3,81%)
6) Honda: 32.067 unidades emplacadas (3,48%)
7) Toyota: 30.947 unidades emplacadas (3,36%)
8) Peugeot: 26.802 unidades emplacadas 2,91%)
9) Citroen: 13.176 unidades emplacadas (1,43%)
10) Mitsubishi: 12.665 unidades emplacadas (1,38%)
11) Mercedes-Benz: 5.239 unidades emplacadas (0,57%)
12) Nissan: 5.113 unidades emplacadas (0,56%)
13) Audi: 4.285 unidades emplacadas (0,47%)
14) Kia: 1.387 unidades emplacadas (0,15%)
15) Land Rover: 1.018 unidades emplacadas (0,11%)Este cenário acima representa o mercado local consolidado até agosto de 2004. Percebemos que aquelas 4 grandes montadoras e mais antigas de nosso mercado ainda permanecem nas primeiras posições mas os chamados “new comers” começam a comer parte da fatia da pizza. Considerando ainda que o mercado interno tem se mantido estável durante os últimos anos, com um pequeno e desprezível crescimento, significa que os grandes perderam pesadas participações de mercado.
No pior momento Ford em nosso mercado com quase 6% de participação a Renault que pertence ao grupo dos “recém chegados” quase ultrapassou a montadora americana em terras locais. Em função do sucesso de seus últimos lançamentos (família Fiesta e EcoSport) a montadora aumentou bastante a sua participação, representando uma retomada expressiva de mercado. Falta a mesma um carro competitivo no segmento de entrada pois o mercado dos motores 1.0 ainda representa 50% dos novos veículos comercializados. Infelizmente o modelo Ka, bem como a geração antiga da família Fiesta (Fiesta Street) não consegue competir em igualdade com os modelos concorrentes deste segmento.
Há quem diga que a montadora deva lançar um Ka tipo sedan (se isto é possível) com espaço para quatro pessoas, bom porta-malas e um design bem parecido com o Ka atual. Em condições normais de pressão e temperatura o próximo veículo a ser lançado pela montadora seria uma picape pequena (substituição da Courier) com o design idêntico a família Fiesta atual.
São apenas especulações, pois com certeza representam informações estratégicas e “top secrets” da montadora.
Se tudo permanecer como está, até agora, é bem provável que a GM, pela primeira vez em nossa história local permaneça em primeiro lugar no ranking de vendas 2004 (automóveis + comerciais leves). Conforme mencionado em nosso artigo, estar no primeiro lugar de vendas representa muita estratégia comercial bem pesada para o ano seguinte. A Fiat há três anos é campeã de vendas em nosso mercado, mas talvez não tenha tempo e talvez até um portifólio de produtos de sucesso para tirar esta diferença de mais de 7.000 veículos a favor da montadora GM. A VW sempre utilizou o argumento de campeã de vendas como estratégia comercial, não foi diferente com a Fiat e não será com a GM. Até representa uma forma de premiação, pois atesta a qualidade dos produtos, a escolha dos consumidores, etc, etc. Ainda assim algumas montadoras, e em especial os japoneses, estão mais preocupados em fazer dinheiro, com veículos de qualidade e a participação maior de mercado vem como conseqüência natural desta estratégia.
Em 2010 a Toyota declara que tenciona alcançar 10% do nosso mercado. Se considerarmos que em 2003 a mesma superou a Ford em volumes de vendas mundiais, não é difícil desta projeção futura se concretizar.
Em 2004 a mesma deve fechar o mercado com algo próximo de 45.000 unidades emplacadas. Suponhamos que o nosso mercado interno de 2010 absorva 2.5 milhões de veículos (posição bem otimista) a Toyota se tiver com 10% de participação estará vendendo 250 mil unidades em terras locais. Com certeza seu portifólio será maior, incluindo carros do segmento de entrada (veículos pequenos e com motores 1.0), onde eles já atuam com grande sucesso em outros mercados.
A briga futura será bastante acirrada e há também quem acredite que em termos mundiais haverá uma forte consolidação de montadoras, ou seja, algumas serão compradas e outras serão compradoras. Com certeza a Toyota tem a um posicionamento de “fazer o cheque” ou quem sabe, com o contínuo sucesso de sua expansão de mercado nem precise se utilizar desta estratégia de compras.
Vamos nos falando,
Prezado Colega,
Esperamos ter atendido suas expectativas. Se ainda existirem dúvidas ou outras considerações, permanecemos a inteira disposição para esclarecimentos adicionais, que se fizerem necessários.
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Permanecemos a inteira disposição,
Atenciosamente,
Nelson LRC Bastos – site www.automoveldicas.com.br
Agradecimento