19/01/2011 – 16h27
SÃO PAULO – Uma das questões mais importantes no momento da venda de um veículo seminovo é a desvalorização do bem em relação ao preço de compra. Por isso, se você está pensando em vender seu carro, deve ficar atento a alguns itens importantes.
De acordo com o responsável pelo site Automóveldicas, Nelson Cunha Bastos, manter o bom estado geral de conservação é um dos fatores primordiais para evitar a desvalorização acentuada. “O carro já tem uma depreciação natural, entre 15% e 20% no primeiro ano. Se estiver em mau estado, a desvalorização vai ser ainda maior”, aponta.
Segundo Bastos, realizar o plano de manutenção nas revendas, de acordo com o manual do proprietário, também pode garantir uma menor desvalorização do automóvel na hora da venda.
O especialista afirma ainda que a mudança nas características da família de veículos, efetuada pela montadora, ou o anúncio de que o carro vai deixar de ser fabricado também podem aumentar ainda mais a depreciação. “Nesse caso, o proprietário não tem o que fazer”, afirma.
Originalidade
A originalidade do veículo é outro ponto que pode pesar para uma boa venda. “Existem diversos tipos de compradores, mas, no geral, a maioria dá preferência aos carros com peças originais, que não sofreram nenhum tipo de alteração mecânica ou elétrica”, acredita Bastos.
Itens como ar-condicionado e direção hidráulica, por exemplo, nunca devem ser colocados à parte, após a compra do veículo. “O carro já vem preparado para esses acessórios e a compra separada pode danificar algumas peças e comprometer o funcionamento do automóvel”, afirma.
O diretor do site Autoinforme, Joel Leite, ressalta que o valor pago em acessórios dificilmente retorna para o bolso do proprietário no momento da venda do bem. “Se você pagar R$ 3 mil em um jogo de rodas, por exemplo, nunca vai conseguir embutir esse preço quando for vender seu carro”.
2 anos
O pior momento para a venda do veículo, do ponto de vista financeiro, é após dois anos de uso. “O veículo deprecia em média 15% no primeiro ano. No segundo, a desvalorização é de mais 8% a 10%. Já no terceiro ano ela fica menor, em torno de 5%”, diz Leite.
Uma dica do especialista é se atentar para a quilometragem. Se após dois anos de uso regular, o odômetro ainda não tiver alcançado os 30 mil quilômetros, vale a pena esperar mais um ano para vender. “Mas, se o carro já tiver muito mais rodado do que isso, talvez comece a apresentar problemas e seja melhor vender”, ressalta Leite.
Zero quilômetro
Para Bastos, outro fator que tem ocasionado a queda no preço dos seminovos é a facilidade de compra de carros zero quilômetro. “Hoje em dia, com o fácil acesso ao crédito, o consumidor prefere comprar um veículo novo através de um financiamento”, afirma.
“Às vezes, é mais difícil conseguir um financiamento com o banco para um carro seminovo do que comprar um zero quilômetro em um grande feirão, por exemplo, com muitas facilidades e taxas de juros menores”, acrescenta.
Importados
Os carros importados possuem uma depreciação ainda maior do que os nacionais, devido aos altos custos do pós-venda. “Este é o preço do maior conforto e exclusividade do carro importado”, diz Nelson Cunha Bastos.
Os carros importados, de maior porte (como as SUV’s) e menor presença no mercado são aqueles que mais desvalorizam, afirma Leite. “Na outra ponta, os veículos menores e populares tem uma depreciação menor”, completa.
Particular ou revenda
Na hora de vender, o proprietário também pode optar pelas revendas ou por compradores particulares. A primeira geralmente oferece um valor mais baixo pelo automóvel, mas garante maior segurança na operação. “O lojista não ganha dinheiro na venda do veículo, mas sim na compra. As revendas não vendem carros acima do preço de tabela, por isso oferecem um preço menor para comprar. Por outro lado, há uma segurança maior, principalmente com relação à transferência do veículo dentro do prazo”, aponta Bastos.
O diretor do Autoinforme concorda. “Vender para particular ou revenda depende do perfil da pessoa. Tem aqueles que gostam de negociar, de participar de feiras de automóveis. Outros preferem a comodidade de negociar com uma revenda”, diz Leite.
Ele lembra que vender o carro para particulares também demanda mais tempo e outros tipos de gastos ao proprietário. “É preciso anunciar na internet ou em jornais, ou se deslocar até uma feira de automóveis usados e, ainda assim, não há garantia de que a venda vai ser concluída”, aponta.