Engesa x Toyota Bandeirante x JPX

Tenho interesse em adquirir um jipe e disponho de R$15000,00 , busco um veículo à diesel ; portanto tenho algumas opções :

# ENGESAS anos 86/87 que desconheço a motorização

# TOYOTAS bandeirante 85 , motor MB608

# JPX Montez 94/95 , Peugeot

Então temos uma “salada”pois aí estão desde modelos que deixaram de ser fabricados como mecânicas bastante superadas .

Como equalizar essas variáveis e fazer a escolha mais sensata do ponto de vista durabilidade / custo de manutenção para esse veículo que terá uso misto mas 80% em asfalto ?

Agradeço antecipadamente , saudações,

Oscar Faila

Prezado Oscar,

Pelos nossos arquivos verificamos que você está retornando ao site e para nós este é o tipo de situação muito importante. Mostra que nossos serviços estão atendendo suas expectativas:

Vejamos agora as suas considerações.

Você pretende adquirir um utilitário e por sí só a operação já é bastante arrsicada. Primeiro pelo valor que estes veículos normalmente representam. Segundo pelos riscos que você corre, pois a garnde maioria destes são utilizados em condições adversas, represetando um maior desgaste para os veículos. O ideal seria tentar a compra de um veículo que nunca tenha feito trilhas, mas como a idade do veículo pretendido significa um modelo mais antigo, esta situação é quase impossível de ser encontrada. Vejamos alguns comentários sobre os veículos mencionados:

Engesa 86/87:

Este foi um dos grandes ícones da indústria bélica nacional, pois a versão incial do produto foi realizada para as Forças Armadas. Até este era o motivo principal da própria Empresa Engesa. Na versão civil o modelo foi ofertado com motorização GM 4 cilindros e 6 cilindros. Existiram duas fases do projeto e uma versão fase II com certeza é uma versão melhorada do primeiro modelo. Não tenho muito a certeza se o veículo foi produzido na versão a diesel, mas já vi uns modelos Engesa rodando com esta motorização. Pode ser uma adaptação realizada no mercado paralelo.

O modelo sempre teve muitos simpatizantes, até porque na época de sua produção era uma das melhores ofertas no mercado de carros 4 x 4. Apesar do modelo ter sido comercializado com razoável sucesso de vendas, com certeza os serviços de manutenção devem ser bem difíceis. A busca por peças de reposição deve ser dificultada, pois não existem revendas autorizadas da marca.

Toyota Bandeirantes 85:

O nosso Toyota Bandeirantes é conhecido nos EUA como Toyota Land Cruiser. Se você tiver oportunidade de conhecer este carro irá verificar que nossa versão ficou parada no tempo, pois a Land Cruiser é um carro muito superior ao Toyota 4Runner, a versão americana do nosso Toyota SW4. O nome Land Cruiser (cruzador da terra) foi traduzido para Bandeirantes que era o sinônimo de desbravador.

Durante todos este anos o nosso modelo Bandeirantes pouco evoluiu e sempre viveu da fama de um carro muito robusto e resistente. Utilizava uma mecânica emprestada da Mercedes Benz de um caminhão que suportava até 6 toneladas de carga. Imagine usar um motor com esta potência, num carro deste tamanho. Isto justica a durabilidade deste motor, pois o memso fora projetado para outras condições e mesmo com o Toyota sendo utilizado nas condições mais adversas, não representava nada para este motor.

Somente em 92 é que começaram a chegar algumas modernidades no veículo como direção hidrúalica. Em 95, com a liberação das importações a Toyota passou a equipar o modelo com um motor japonês de 102 CV. Era muito mais econômico, mais licencioso, mais econômico e supostamente com uma durabilidade igual aos motores Mercedes. O público ficou meio receoso com o lançamento, mas a Toyota afirmava que este motor já era produzido a mais de 12 anos no Japão. Em 96 a Toyota resolveu colocar freios a disco no modelo, pois já começava a sofrer com a concorrência e neste momento os importados, tão duráveis quanto, já estavam disponíveis (Land Rover, Cherokees, Pathfinders, etc,etc)

A produção do modelo sempre foi reduzida. Em 1995 a Toyota do Brasil fabricou apenas 750 veículos em um ano. Isto é a produção diário de Gols da VW. Uma vez li uma reportagem que uma fábrica de carros (com menor valor) só se paga se produzir um total de 200.000 / ano.

Você pretende comprar um modelo 85 e com certeza neste ano de fabricação o modelo ainda era bem desprovido de recursos. Dirigir um Bandeirantes sem direção hidráulica e com os freios que possuía pode representar uma aventura. Seria prudente um teste drive no modelo, pois a decepção pode ser muito grande. Já fui proprietário de um modelo 95 e já era um sufoco. Freios ruins, entrava muita água, a lataria apresentava vários pontos de ferrugem, etc,etc. Em compensação fazia 13 km/l de combustível, utilizando a nova motorização “made in Japan”.

Como rodava 100 km por dia a economia erma muito grande. Comprei o carro em 95 por R$ 27.000,00 e vendi em 97 com 37.000 km por exatos R$ 24.000,00. O melhor negócio com automóveis que já realizei. No momento da venda, coloquei um anúncio nos classificados de um grande jornal de São Paulo. Só na segunda feira foram 24 telefonemas. Impressionante o interesse das pessoas em adquirir um Toyota.

JPX Montez (motorização Peugeot):

Este era um veículo que agradava muito, mas infelizmente seu momento de glória coincide com a chegada dos importados, com uma taxa câmbial muito favorável aos carros importados. Tanto é verdade que quando comprei o Bandeirantes, o dolar chegou a custar R$ 0,85 e a alíquota de importação chegou a 20% de II. Neste momento um Lnad Rover Defender 90 era ofertado por R$ 29.000,00.

Pena que não existiam carros a serem entregues e a alegria das alíquotas durou muito pouco. Em pouco tempo o Impsoto de Importação voltou a casa dos 70% e os preços dispararam. O JPX sofreu mais com a chegada dos importados. Pelo que me lembro era fabricado no interior de Minas e o modelo era uma cópia fiel de um modelo militar utilizada por algum país da Europa.

Os serviçso de pós venda associados ao modelo também devem representar grandes dificuldades e altos custos.

O Troller por exemplo já se deu bem. Chegou a ser ofertado por R$ 32.000,00, quando um Jeep Wrangler era vendido por R$ 37.000,00. Era a água e o vinho. Com a alta do dolar o Jeep americano passou a custar próximo dos R$ 80.000,00 (já deixou inclusive de ser importado). Tudo isto contribuiu para o sucesso do Jeep cearense que voltou a reinar sozinho no mercado. É evidente que existe competência no projeto, o carro venm evoluindo a cada ano que passa, maiores volumes de produção, considerando inclusive um projeto de exportação do modelo para alguns países.

Se pudéssemos optar pelos modelos pretendidos, nossa escolha seria por um Toyota. Ainda que o modelo 85 seja desprovido de diversas funcionalidades, que podem ser instaladas sem problemas, as manutenções sempre serão mas fáceis de serem realizadas. Infelizmente com a anúncio do término da produção do modelo, aquilo que já era caro, ficou mais caro ainda, representando um aumento de quase 30% no mercado.

Infelizmente seu orçamento está um pouco apertado para a intenção de compra, fazendo com que considere a compra de modelos mais antigos. Este é um risco bem elevado, mas infelizmente o mercado de utilitários sempre foi caracterizado por altos preços.

As considerações acima já podem contribuir em sua decisão. Se pudesse escolher nossa melhor porposta seria para um Land Rover Defender. Vou anexar um outra consultoria sobre este veículo, pois sou um aficcionado pela marca. Gosto muito deste mercado e posso te ajudar em situações futuras.

Permanecemos a inteira disposição,

Atenciosamente,

Nelson LRC Bastos – site www.automoveldicas.com.br