VW Golf (novo) x Audi A3 (usado)

Pretendo comprar um carro e estou na duvida, entre comprar um Golf zero ou Audi A3 2001 ou 2002.

O Golf já existe um novo modelo será que vem para o brasil?

O Audi tambem tem um novo modelo, só que nao sera mais produzido no brasil é isso?

Qual sua opiniao o que fazer entre estes modelos, já que os dois modelos estão passando por mudanças e duvidas na produçao?

Seria bom procurar por um outro modelo de carro já que com o mesmo dinheiro posso comprar um Astra CD ou Ecosport 1.6, o que voce faria.

Osvaldo Fernandes

Caro Sr. Osvaldo,

Existe em nossa homepage www.automoveldicas.com.br pasta consultorias, assunto comparativos uma consultoria que traz importantes informações a você:

Consultoria / assunto = Audi A3 x Golf x Stilo

Não entenda que não queremos responder ao seu questionamento mas a idéia principal de publicar alguns de nossos trabalhos já realizados seria de trazer uma informação imediata aos nossos Clientes internautas minimizando ao máximo as dúvidas futuras.

Acredito também que o sr. entende que não temos condições de responder as todas as consultorias recebidas pois quando o assunto é automóveis todo mundo tem uma pergunta ou um questionamento a fazer.

Vejamos algumas informações adicionais a sua pessoa:

Realmente os modelos Audi A3 e VW Golf sofreram alterações de geração e já estão disponíveis no mercado Europeu.

Futuro do Brasil:

Inicialmente devemos te informar que estamos diante de dois produtos considerados veículos globalizados, ou seja, são fabricados em poucas fábricas espalhadas pelo mundo e ofertados a mais mercados. Além disso neste caso em particular Golf Geração IV e Audi A3 dividem a mesma plataforma.

Recentemente a VW anunciou a produção total de 300 mil unidades Golf na unidade de São José dos Pinhais – Paraná e parte disto (60%) havia sido exportado para os EUA.

Também já li a respeito que 22% da montadora a nível mundial depende do produto Golf Geração IV, ou seja, o mesmo precisa ser muito competitivo em outros mercados, principalmente EUA e Europa.

Na Europa com os novos lançamentos da industria automotiva mundial (Fiat Stilo, Peugeot 307, Citroen C4, novo Focus, novo Astra, entre outros) a VW começou a perder mercado com o Golf Geração IV e precisava rapidamente lançar algo mais competitivo.

O mercado Nafta (EUA / Canadá / México) é atendido com o Golf Geração IV proveniente da fábrica de São José dos Pinhais. Com o lançamento do Golf Geração V a montadora resolveu atender este mercado via à fábrica de Puebla no México. Talvez existam vantagens operacionais de atender este mercado de um País com acordos bilaterais de comércio exterior.

Aquele número de 60% de exportação mostra que o mercado do Nafta é maior que o mercado doméstico. Neste cenário porque não fazer o veículo num País com custos de produção muito parecidos com o Brasil e com vantagens alfandegárias maiores.

Audi A3: quando esta notícia veio a público e de maneira oficial já se especulava-se qual seria o futuro do modelo Audi A3, pois o mesmo sempre vendeu em nosso mercado algo próximo de 30% da venda local do Golf.

Além disso tinha um outro agravante que diz respeito ao mix de produção. No Brasil 85% dos Audi fabricados são da configuração de 4 portas e o novo Audi lançado no mercado Europeu contemplou somente o modelo de duas portas. Em outros mercados o compact premium como é definido o segmento onde o Audi A3 se posiciona representa um veículo de duas portas. A preferência por quatro portas em veículos menores é característica do mercado brasileiro.

Realizar uma mudança de design representa pesados investimentos e com certeza os volumes locais de vendas, tanto do Golf como do Audi não seriam suficientes para pagar a conta.

Futuro:

A VW atesta que continuará oferecendo o Golf Geração IV sendo fabricado localmente em São José dos Pinhais. Comenta-se até numa geração do Golf “IV e meio” ou seja, nosso modelo atual passaria por um “face lift” a ser disponibilizado no mercado como veículo 2005.

Como o novo Golf geração V será fabricado no México e já temos acordo bilateral com este País também existe a possibilidade do mesmo vir a ser importado e chegar ao nosso mercado com valores competitivos.

Vale lembrar que o novo Golf geração V trata-se de um novo produto, repleto de funcionalidades, tecnologia, modernidades antes disponíveis em veículos de segmento superior da marca VW, ou seja, se fosse fabricado localmente já custaria mais caro. Sendo importado as contas pioram ainda mais.

Audi A3: vale lembrar que no mercado americano o modelo Audi A3 não é ofertado, ou seja, toda aquele produção local em São José dos Pinhais – Paraná era destinada ao Brasil. Não devemos nos esquecer que as produções se complementam, ou seja, os volumes de produção Golf Geração IV + Audi A3 atual é que justificam o negócio.

Como o Golf a ser exportado deixa de ser fabricado, os dois veículos acabam pagando o custo de um produto globalizado.

O novo Audi A3 está sendo fabricado na Europa. Trazer um veículo do continente Europeu representa um custo maior em relação à cotação do Euro e também em relação aos acordos bilaterais entre Brasil e a Comunidade Comum Européia. A Brasil busca um acordo automotivo com este bloco e a montadora já avisou que esta seria a única forma de trazer um Audi A3 a preços competitivos. Excluindo este cenário nos dias de hoje o mesmo chegaria em terras locais com preços muito próximos do novo Audi A4, ou seja, um veículo de outra categoria e outro segmento de mercado.

Veja quanto a Alfa pede pelo seu modelo Alfa 147. O mesmo compete de igual para igual com o Audi A3 na Europa. A fabricação local do modelo acaba representando uma relação de custo / benefício muito mais interessante para a Audi.

Pelas considerações acima chegamos a conclusão que a fabricação local seria a solução para todos os problemas, mas antes disso a conta precisa ser paga. Num mercado onde 65% dos novos veículos comercializados possuem motor 1.0, os carros e mercados de veículos mais caros acabam pagando a conta. Certa vez li um comentário de um executivo de uma montadora japonesa (tradicionalmente são os mais conservadores) que uma fabrica só começa a ser produtiva com um volume anual acima de 200 mil unidades. Talvez o numero seja menor, mas com certeza uns 80 mil veículos precisariam ser fabricados para se fechar o balanço. Evidentemente cada veículo, segmento, posicionamento tem as suas características, ou seja, a Porsche vende e fabrica carros em baixos volumes de produção e representa a montadora que traz mais retorno aos seus acionistas. A Toyota está em primeiro lugar quando o assunto é grandes volumes de produção x retorno aos acionistas.

A nova fabricada Ford em Camaçari – BA fora projetado para uma produção anual de 250 mil veículos. O novo Fiesta e o EcoSport vão muito bem representando uma retomada da montadora no mercado local, mas ainda há muito o que ser lançado e produzido.

Audi A3 usado x Golf Novo: diante do cenário acima e pelas considerações do novo versus usado, nossa sugestão seria para um modelo VW.

Astra CD: a linha Astra também foi remodelada no mercado Europeu e existem dúvidas ou considerações se esta seria uma linha não produzida localmente.

A GM mexeu em sua linha de entrada (Celta 5 portas) mexeu na linha Compact Premium (linha Corsa), fez importantes lançamentos (GM Meriva, Picape Montana), ou seja, localmente resta a linha Astra e o velho e bom Vectra (Sedan médio).

O segmento dos veículos de luxo é atendido pelo Omega importado da Austrália. A linha S10 (Blazer e Picape) também é outra que já carece de alterações frente à chegada da concorrência.

Se tivesse que dar um palpite e considerando os volumes de vendas, posicionamento de mercado e possibilidades de vendas futuras, acreditaria que a linha Astra seria a próxima a ser mexida. Ainda assim representa um “super palpite”.

Recentemente a GM Brasil disputou um grande investimento com outras plantas do Grupo GM. Ao final restaram Brasil e China e recentemente foi anunciado grande investimento na fábrica de Gravataí – Rio Grande do Sul. Atualmente nesta unidade é produzido o Celta que vem a cada ano conquistando o seu espaço, ou seja, representando umas das poucas de manufatura local que não trabalha com ociosidade. Etc, etc, etc……

Atenciosamente,

Nelson Luis Rodrigues da Cunha Bastos – site www.automoveldicas.com.br